terça-feira, 21 de outubro de 2014

Os desafios da BE no contexto da web 2.0

É inegável a importância e a influência que os meios de comunicação e de informação assumem na sociedade moderna. Neste momento, seria impensável vivermos sem computador ou sem telemóvel, por exemplo.

Somos constantemente bombardeados com novas ferramentas web, com novas tecnologias, com novas descobertas… e o que hoje é considerado a última “moda” tecnológica, amanhã já está desatualizado. Neste sentido, surge a necessidade de qualquer profissional da educação estar constantemente atualizado e em aprendizagem permanente para conseguir dar resposta ao grande desafio que é ensinar nesta sociedade dominada pelo conhecimento e pela tecnologia.

A principal mudança, da última década, terá sido, provavelmente, o facto de todos nós, utilizadores, podermos, sem precisarmos de grandes conhecimentos informáticos, passar a produzir os nossos próprios documentos e a publicá-los. A essa mudança do consumidor para produtor é que se designa por Web 2.0. (Costa, et al., 2009).

De acordo com Furtado (2009), essa mudança acabou por afetar o tradicional modelo de biblioteca, surgindo a Biblioteca 2.0, que representa uma mudança na relação na relação usuário, informação e biblioteca. O que há de inovador neste conceito de biblioteca? O papel ativo do utilizador, i.e., a Biblioteca 2.0 permite que todos tenham um papel ativo na elaboração dos conteúdos a que todos têm acesso (Furtado, 2009).

Neste contexto, qual o papel da BE e do professor bibliotecário? Num contexto em que o processo de aprendizagem resulta mais da cooperação, da partilha, do que da transmissão de conhecimentos; em que o professor deixa de ser o detentor do saber, para ser o mediador do saber, novas responsabilidades são exigidas à escola e às bibliotecas escolares. O professor bibliotecário deve colaborar com os professores no processo ensino/aprendizagem, já que cabe à BE ser o portal de ligação da escola com o mundo permeado de tecnologia (Brougère, citado por Furtado, 2009).

Diversos são os argumentos utilizados para mostrar a relevância e a necessidade do uso das ferramentas da web 2.0 como auxiliar dos serviços da BE  (Furtado, 2009), sendo que, talvez, o mais significativo se prenda com o facto de lidarmos com crianças e jovens “nativos digitais” e, como tal, habituados a utilizar diariamente a Internet e as redes sociais.

Assim, este novo desafio deve ser encarado pela BE e pelo professor bibliotecário como uma oportunidade de evoluir, de inovar, de modo a conseguir dar resposta às necessidades das crianças e jovens.

Para concluir, considero que será imprescindível que a BE integre na sua dinâmica as novas ferramentas da web 2.0 e que o professor bibliotecário aposte na formação contínua adequada, de modo a responder às exigências desta sociedade e aos novos desafios, já que a BE passa a ser um centro de ensino e não um mero depósito de livros, a BE é uma estrutura transversal à escola e ao currículo (Furtado, 2009).

Referências

Costa, J., Ferreira, J. C., Domingues, L., Tavares, T., Diegues, V., & Coutinho, C. (2009). Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. . CONHECER E UTILIZAR A WEB 2.0: UM ESTUDO COM PROFESSORES DO 2º, 3º . Braga: Universidade do Minho. pp. 43-44.

Furtado, C. C. (Julho/Dezembro de 2009). Bibliotecas Escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. pp. 135-150.